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Nego Moçambique

No post de hoje vou falar de um dos melhores músicos da música eletrônica brasileira, um dos poucos que consegue fazer uma música eletrônica autêntica, única e com cara de brasileira, o Nego Moçambique (aka Marcelo Martins).

Se autodenominando não DJ, Nego Moçambique é uma referência de misturas e colagem inusitadas que fazem um som único: dançante e quebrado ao mesmo tempo. Frenético, desorganizado e harmoniozo sem parecer esquisofrénico. Suas performances ao vivo são feitas a partir de um Live P.A e não de um toca-discos e são recheadas de muita dança e vocais que misturam o inglês, espanhol, português e dialetos desconhecidos.

O álbum que vou colocar aqui é o ótimo e irreverente ‘La Rumba Computer’ segundo álbum da carreira lançado no final de 2007 pela Segundo Mundo. O disco que conta com 14 faixas foi todo composto, produzido e arranjado por esse produtor que aprendeu a tocar de ouvido, busca seguir sua intuição para compor e acredita que a música eletrônica é a maior expressão do subconsciente, da mistura de referências e informações que recebemos todos os dias.

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No ‘La Rumba Computer’ um das coisas que chama atenção, fora a qualidade, é a ironia, seja nas composições, letras ou nos nomes das faixas. Os melhores exemplos são: ‘Da Luv iz a bomb’, ‘She loves the superboogie (Melô do Robozão)’ e ‘Watchagonnado’ que mistura na sua letra o inglês com o francês! Como curiosidade, a faixa ‘Dancingsubatomicmonkeyflava’, tudo junto assim mesmo, tem a participação da revelação do samba Thalma de Freitas. Todas as faixas seguem uma composição bem coerente, não existe altos e baixos no álbum, apesar do ritmo nunca ser o mesmo. É um disco para colocar pra tocar e dançar do começo ao fim. Todas as faixas são bem dançantes misturando o Breakbeat e o House (dois ritmos meio opostos da música eletrônica) com pitadas de funk, do funkadelic ao pancadão.

Aconselho três faixas que são minhas preferidas, além da ‘Dancingsubatomicmonkeyflava’ com a Thalma de Freitas. A primeira é a faixa que dá nome ao disco, ‘La Rumba Computer’, ela tem um percussão e um vocal que mistura inglês com dialeto de palavras quase indecifráveis criando a sensação de que estamos no meio de uma tribo africana pós-moderna. ‘Afrikana’, aliás, é a segunda sugestão. Uma faixa sem vocais e que talvez seja a faixa mais ‘pesada’ do disco, consequentemente a menos quebrada e a mais dançante flertando, em alguns momentos, com a Techno music. A última sugestão é a primeira faixa do disco, ‘Wake Up For the Musik’. Um bomba para supreender qualquer um como faixa boas-vindas. Daquelas que tu ouve e pensa: ‘puta, o cara é muito bom’. Uma música que dá muita vontade de dançar, mas de tão quebrada (parece um hip-hop do Beastie Boys) chega a ser difícil! Pra mim a melhor faixa do disco.

Para quem quiser conhecer mais segue o tradicional myspace do cara e um link para o clipe da música ‘Superluz (Sebo nas Canelas)’ que está nesse último disco.

Aproveitem!